Incômodo? Dilema?
- Paul Jemil Antaki Junior
- 9 de jul. de 2018
- 2 min de leitura
Às vezes temos a sensação de estar dando murro em ponta de faca; a sensação de que há tempos tentamos mudar algo em nossa vida sem conseguir. E parece que o mundo está jogando contra …
Esses incômodos são bem mais comuns do que se imagina a princípio. Possivelmente todos temos incômodos parecidos. Buscar uma solução externa – um novo emprego, mudar de cidade ou país, buscar novos relacionamentos – é como fugir da própria sombra. Literalmente.
A abordagem mais eficaz para resolver nossos dilemas é entender como funcionamos, especialmente nossa Sombra, nosso inconsciente. Como disse Jung:
“Até que você torne o inconsciente consciente, isso irá direcionar sua vida e você o chamará de destino.”
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Uma pergunta junguiana: “Você prefere ser perfeito ou inteiro?”
Essa pergunta é uma variação da questão fundamental “quem sou eu?”, mas carrega consigo os indícios do caminho a percorrer. Parece evidente que a resposta a ambas perguntas não pode ser encontrada nas escolas, universidades, bibliotecas ou na Internet. Sim, a resposta só pode ser encontrada dentro de cada um, e por cada um. Ou seja, não é uma experiência unicamente cognitiva que se pode transmitir, mas é uma experiência integral que é preciso vivenciar. Pessoal e intransferível.
Na ânsia de ser perfeito, tão bem cultivada em nossa sociedade, buscamos inclusive a perfeição do Ser, a perfeição espiritual, e não poupamos esforços para ‘melhorar’ como pessoas. Isso leva ao que John Welwood cunhou, há mais de 30 anos, de ‘spiritual bypassing’. ‘Spiritual bypassing’ é nome dado ao mecanismo de ‘usar ideias e práticas espirituais para contornar ou evitar enfrentar questões emocionais não resolvidas, feridas psicológicas e tarefas de desenvolvimento inacabadas”.
O que nos remete à pergunta Junguiana. Indo direto ao assunto, o caminho é para dentro e envolve olhar para a Sombra, para onde empurramos tudo aquilo que não admitimos de nós mesmos – as tais questões emocionais não resolvidas, feridas psicológicas e tarefas de desenvolvimento inacabadas. Ninguém gosta de mexer na Sombra, mas, como todo herói ou heroína em sua jornada, é o preço a pagar pela maior de todas as conquistas: a de si mesmo.
A boa notícia é que, quando desafiada, a Sombra se revela muitas vezes mais mansa do que sua fama, um pouco como o Mágico de Oz .
Vale ressaltar que também jogamos para a Sombra as qualidades e potencial que não reconhecemos em nós. O nosso maior tesouro está dentro de nós mesmos.
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